sábado, 7 de novembro de 2009

Preze

Tenho tido pouco do que reclamar. À parte assuntos de importância menor, minha vida tem sido bastante acertada. A família é consideravelmente unida, a faculdade é boa, o dinheiro não é problema crítico... Diferentemente de outras pessoas que tenho conhecido ultimamente, as coisas tem sido fáceis para mim.
Claro, o tempo parece não sobrar, mal dando conta de cumprir as atividades por mim - e para mim - propostas a priori. Mas isso também é decorrente do amplo leque e da abundância de atividades que posso fazer parte.
As notas podem não estar tão azuis quanto gostaria, assim como o esforço por mim desempenhado está aquém do acredito poder oferecer. Mas fica para outros escritos a desilusão com as obrigações e sucessos da trajetória acadêmica.

Enfim, num geral, as coisas vão muito bem.

Não costumo tomar partido da postura otimista com frequência. Raras são as vezes que faço prevalecer o positivo sobre o negativo. Mas recentes conhecimentos e palavras tem evidenciado um pouco a forma como valorava as coisas dessa vida há uns tempos atrás.
Acostumei-me com as salas de ar condicionado, com os veículos novos e com a comida por kilo. Havia esquecido a atmosfera que envolvia um hospital e a proximidade da morte, a simplicidade de um pedreiro, a importância de um prato de comida, o abraço de uma mãe...
Dar valor ao que temos é fácil no discurso. Na ação é preciso sinceridade, integridade. É preciso ser menos egoísta, ceder em certas situações. É preciso presentear, seja qual for a forma do presente. É preciso usar isso para crescer, para fazer mais e melhor. É preciso se colocar no lugar do outro.

O reconhecimento de que há de se atribuir valor a aquilo que consideramos importante tem me acometido com maior intensidade nos últimos tempos.

Devo isso, em grande parte, a você, menina artista, mãe das minhas flores de papel.
A você, que parece me curar de todos os sentimentos ruins.
A você, detentora de uma alegria indescritível, de uma energia contagiante.
A você, que me olha com seu olhar penetrante; e que ri ao esboço de uma careta minha.
A você, que me acalma com um abraço e me abranda a turbulenta espiral de pensamentos da mente.
A você, ladra dos meus sonhos e da minha mente nas horas vagas.
A você, que merece mais valor do que acredito poder dar.


A você, menina linda dos cabelos escuros e da pele clara, do toque suave e do sorriso iluminado, um sincero e alegre obrigado por fazer parte da minha vida.