quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ainda recordo

O que dizer da ausência?

Francamente, não tenho muito o que dizer, pois há dias atrás nem recordava possuir um blog, com textos de minha autoria, assinados em baixo, ainda que na crua forma da fonte maquinada. A fonte aliás, passou a ser objeto de observação quando naveguei por blogs que costumava navegar, por textos que costumava comentar. A Courier é a que mais agrada. A Verdana, pode ser.
Periodicamente clicava na quase totalidade dos "Escritos Interessantes" e deixava lá minha marca. Como uma conversa informal, comunicávamo-nos regularmente, opinando sobre os textos alheios.

De súbito, caí nesta página uma vez mais.
Acerca de Algo.
De súbito lembrei que escrevia há tempos atrás acerca de coisas que pensava e que julgava interessantes, que gostava de colocar em palavras. Gostava de escrever, de testar habilidade e o trato com essas células da linguagem.

E de súbito percebi que gosto de ler o que escrevi, gosto de lembrar o sentimento de quando escrevi, de a quem direcionava determinado texto, determinada frase.

Ficar meses sem escrever e reler aquilo que se escreve, de mais meses atrás, ou ainda de anos atrás, pode ser extremamente confortante, extremamente aliviante. Vê-se que o tempo que passou foi cronologicamente desprezível no curso de uma vida, mas psicologicamente muito relevante. Mudamos mais do que imaginamos. Progredimos mais do que acreditávamos poder progredir. Aprendemos mais do que julgavamos poder conseguir aprender. O tempo passa de fato depressa, mas a vida parece passar mais rapidamente.

O calendário nos dá uma ideia do quanto vivemos e do quanto nos falta para chegar a algum lugar. A dimensão numérica do tempo pode ser perversa, torturante em certa medida. Não podemos deixar que ela nos atrapalhe a enxergar o que está por trás de suas denominações gregorianas.

Digo então, da ausência, coisas boas. Um obrigado deve servir. Com ela, e com o arquivo de minhas palavras e pensamentos aqui registrados, pude perceber questões e querelas que não conseguiria de outra forma.

Manterei assim esta branca página, tal como se iniciou. Acerca de Algo. Algo indefinido, aleatório, tal como o caminho que percorremos todos as manhãs.