Roubarei o título do texto de uma pessoa por quem nutro especial carinho. Não porque esteja sem criatividade para criar títulos, mas porque esse em particular me intrigou, assim como o próprio texto.
Agir é ser ?
Quantas vezes já não me fiz essa pergunta...E quantas vezes já mudei a resposta.
Eu poderia recorrer ao nanocubículo que é meu entendimento da sociologia e dizer que há uma fossa faraônica entre o agir e o ser do indivíduo. Não somos mais, apenas agimos. Não há mais o que ser, o agir substituiu o ser, tornando-nos apenas engrenagens de um sistema maior, auto-destrutivo em potencial, mas que se refaz a todo instante.
Mas seria forçar demais a barra pro meu lado, não tenho pretensões de soar sociólogo.
Creio que já falei isso em outros posts (talvez em vários deles, indiretamente): o quanto do que faço é, de fato, para mim mesmo ? Quão parte de minhas próprias ações me sinto ? Ou seja, até que ponto meu agir corresponde ao meu ser ?
Coisas simples do dia-a-dia ora entram nesse dilema, ora não. As obrigações diárias quase sempre são questionadas. Aquilo que damos por certo e correto na vida e aquilo que definimos como o melhor para o futuro nos confundem tanto que se perder é, digamos, natural.
Buscar as razões do agir, quando este não é o ser, é completamente frustrante. Simplesmente não encontramos essas razões. E a sensação que fica é de que somos infantis, mesquinhos e imaturos para lidar com questões de caráter prático. Ouço por aí que eu estou na maior faculdade do Brasil, que meu futuro é brilhante. Dizem que muitos queriam estar onde eu estou, que sou privilegiado...blá blá blá.
Mas tem horas que simplesmente nada faz sentido. É inevitável.
Há um vácuo enorme entre o agir e o ser tal como os defino. Talvez porque somos bombardeados todos os dias com direções de um agir tido como ideal. "Faça isso e será magro!", "faça aquilo e será feliz!", "faça aquiloutro e será bem-sucedido!". E o ser se perde cada vez mais, em meio a um agir confuso e predefinido por tudo e por todos, até por nós mesmos.
Buscamos incessantemente a felicidade e o prazer, através de ações que acreditamos corresponder ao que somos. Mas muitas vezes ignoramos os sentimentos mais primitivos, como aqueles que fazem um olhar ou uma simples risada fazer valer um dia inteiro. Nada mais seria necessário, a não ser deitar e esperar o Sol aparecer de novo. E de novo. E de novo...
Talvez aquela frase, já um tanto passada, faça algum sentido pra alguém.
"Seja você mesmo !"...
2 comentários:
Gá...
Todos somos um pouco sociólogos...
Cada dia que passa, me orgulho mais da profissão que eu escolhi e me surpreendo mais com a pessoa que você está se tornando!
Cada vez mais crítico... Cada vez mais humano... cada vez mais inteligente... mais amigo.
SER é TER, meu caro. É assim que vejo as coisas.
Obrigado por suas palavras afiadas e afinadas!
ai meu deeeeeus
vc tem postado com muita frequenciiia, hein, gab?
poxa, da ultima vez que vim aqui o seu passarinho tinha acabado de morrer e agora vejo que muita coisa jah aconteceu... infelizmente minha mama nao tah dando conta do peru lah embaixo sozinha e ta me chamando pra ajudala, entao vou ter que ler seus txtos geniais mais tardeee.
aiii faco um comentario decente, hahahaha.
já voltooooo
=****
é a karooooooooool da fea.
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