quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Vem 2009, mas não vai 2008

O ano chega ao fim. Não há mais provas na faculdade. As luzes de natal já começam a dar as caras. Já vejo papais noéis pendurados por entre as janelas dos edifícios, com suas barbas felpudas pobremente confeccionadas surradas pelas chuvas. Alguns já perderam o bigode, outros ficaram carecas.
As propagandas natalinas anunciam mais um final de período. A expansão do crédito impulsionou o consumo.
É tempo de dar presentes, de comer arroz com passas e peru com batatas. Logo menos o estampir das rolhas prenunciará o momento em família. Abraços, beijos, sorrisos. É um momento único, literalmente. Perdi a conta de quantos meses se passaram desde a última vez que vi meus primos. Meus tios então...nem se fala. Mas a digressão acerca da ceia de natal fica pra depois.

O que vem me incomodando é a descontinuidade nesse final de 2008, que pareceu tão curto há pouco tempo atrás, mas agora parece não ter fim. Minha cabeça já está em 2009, arquitetando e maquinando minhas próximas ações, falas, olhares. Logo atrás disso ficou um vazio, um buraco no meio da via. O conserto não sei quando vem.
Esse é o problema com a maldita periodização. Dividir o tempo em períodos, infinitos deles, torna a vida tão metódica e sistemática que eu preciso de uma mudança numérica pra sentir que as coisas vão finalmente se acertar.
Por que não em 2008 ? Porque 2008 é 2008, e já é fim de 2008. Não há mais tempo (e, a propósito, nem condições) de acertar as coisas em 2008.
Mas sem problemas, agora vem 2009! Agora é a chance de fazer acontecer!
Mas pra cair na real é preciso que o Reveillon me renove as forças e me mostre que, independente de ser 2008 ou 2009, ainda me deparo com as mesmas angústias, as mesmas incertezas e as mesmas saudades.
Patético, você há de concordar.

Assuntos pendentes me incomodam e impedem minha cabeça de dar 2008 por encerrado. Espero que eu ache as respostas que procuro, mas que parecem vir de perguntas que ainda nem foram feitas.

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