segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz Natal !

Natal é um troço......esquisito. Aliás, quase todas as datas comemorativas o são.

É, antes de mais nada, uma data religiosa, celebração do nascimento de Jesus Cristo, tal como aprendemos na escola.
O curioso se dá na forma que essa celebração toma. Reduz-se, aos sem espírito natalino-cristão, como eu, basicamente a dois elementos: comida e presentes. Cabe uma descrição. Tentarei ser o mais breve e o mais chato possível.



A mesa é sempre farta, os pratos não são mais os transparentes da Duralex, agora é tempo de porcelana. Os copos, dizem, são de cristal. Para beber, champagne (está certo, espumante...a quem quero enganar...) e sucos diversos (nem tanto). Para comer, peru peitudo, arroz com passas, maionese, panettones, frutas secas e outras miudezas.
Inicia-se a ceia por volta das onze horas. Ninguém mais tem paciência de fingir assistir aos especiais de Natal da Globo. Ainda bem, visto que o desse ano ficou a cargo da Xuxa. Ainda bem.

Quando se aproxima da meia-noite, todos ficam eufóricos. A virada do dia é regada a abraços e desejos de Natais felizes. O próximo em cena é o espumante e sua rolha que sempre atrasa o saudável andamento da cerimônia. Feito o brinde, é hora de apreciar a salva de fogos de artifício.

Parênteses. Pra que diabos fogos de artifício no Natal ?!

Fica-se ali, observando a repetividade visual e auditiva. Nos primeiros 30 segundos é uma maravilha, muito além disso já incomoda.
Passada a primeira parte, vêm os presentes. Essa parte é até bastante cômica, com situações que se repetem todo ano. Sempre há alguém que nunca dá presente, só recebe; sempre alguém sai de mãos vazias, fazendo comentários azedos acerca dos presentes dos outros; alguma criança sempre quebra o boneco que acabara de ganhar. Há tantas outras...Fato é que, nessa hora, é possível avaliar como andam os laços afetivo-financeiros em sua família.
Me foi dito que se dá presentes no Natal em virtude de algo que envolvia os Três Reis Magos, não me recordo direito.

Finda a entrega dos presentes, os presentes conversam por mais algum tempo, enquanto termina o especial de Natal da Globo. Alguns já foram embora. Chega ao fim mais uma ceia natalina.

Deixo claro que não sou ateu, anticristo ou congêneres. A infantil reflexão, irônica até certo ponto, se dá, única e exclusivamente, na forma da ceia de Natal. Seu sentido religioso é, apesar de tudo, bastante positivo. Faz com que emerjam sentimentos há muito negligenciados pela comunidade como um todo. É comum ver papais-nóeis entregando balas pelas ruas, instituições das mais diversas naturezas organizando campanhas solidárias. Até o simples ato de comprar pão na padaria e desejar feliz natal ao caixa é digno de destaque. Por um breve momento, ele não é simplesmente o caixa, é uma pessoa.
Mesmo que seja de uma forma um tanto mecânica e (bastante) superficial, o Natal muda nosso comportamento com relação à comunidade. Em tempos como os nossos, isso já é grande.

Há, claro, todo um lado mercadológico que envolve a própria existência do Natal tal como ele é. Mas esse post já está muito grande. Fica pra outra hora.

Por ora, é só. Desconsiderem o título, já é dia 29. Desta vez, confesso, estou sem criatividade para criar títulos

6 comentários:

Anônimo disse...

Gostei desse trecho:
"Finda a entrega dos presentes, os presentes conversam por mais algum tempo..."

Então, quanto aos reis magos, também não sou grande conhecedora, mas acho que eles levam presentes pra Jesus: um leva mirra, o outro incenso e o outro não lembro.

Olha, não suporto mais os enfeites da Paulista, e o povo fazendo fila pra ver e tirar foto.

bjs e feliz 2009!

Gabi Ikeda disse...

Mas como você é sensível!
E não "sensível" no sentido romantico da palavra.
"Sensível" no sentido de aquele que "percebe facilmente as impressões ou sensações externas".

Seu olhar sobre o mundo cada vez mais nítido e suas palavras cada vez mais aguçadas!

Adoro ler seus textos!

Gabi Ikeda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

eu nao vejo graça nem sentido no natal, gab. acho que nao passa de uma época puramente comercial em que tds os lugares estao cheias, as pessoas ficam loucas para torrar seus décimo-terceiros com o pretexto de darem e estarem se dando presentes de natal.
uma epoca em que a familia td se reune como se durante o ano todo nao tivesse havido (tivesse havido?) picuinhas, mentiras e falsidade, como se fosse td perfeito e melhor agora ao redor de uma mesa farta e um vinhozinho.
além disso, o feliz natal sai da boca de tds, como vc mesmo disse, mecanicamente e eu nem sei o que deveria sentir qndo algm me deseja feliz natall.

é isso.
desculpaê se fui cética demais, rs.

=***

Unknown disse...

Ah, George!
Tem se tornado muito prazeroso ler esses seus escritos!
O que mais me deixa curioso em relação às datas como o Natal e a virada de ano é o fato de os cumprimentos não possuirem sequer um sentimento verdadeiro: são só por hábito, ninguém os carrega de desejos verdadeiros - são como "boa noite" ou "bom dia" - vagos.
E os que nos dão nos primeiros segundos de cada ano? "Feliz ano novo, que seja repleto de realizações, saúde...". Há mais de duas décadas ouço as mesmas e velhas coisas.
Ademais, nada muda mesmo. Não são os cumprimentos que nos encaminham para os revezes e para os sucessos, não é mesmo?

Anônimo disse...

Fala cristão!!!

Como já tinha dito anteriormente, vc tá escrevendo mtoooo bem cara...parabens mesmo!!!! não sabia desse seu talento!!!!
Continua desenvolvendo que está show de bola!!!É uma nova arte aflorando nesse futuro músico-economista!!!hehehe

Abraaaço