"No trabalho
Depois de 24 anos trabalhando em uma multinacional, Maria Cristina Scarpato resolveu deixar para trás a posição de gerente de qualidade e uma oferta de promoção para investir uma nova empreitada: abrir sua própria empresa. Apesar de ter chegado a um patamar que nove entre dez executivos almejam, ela se sentia estacionada na função. “Minha maior frustração era perceber que poderia ficar acomodada ou me tornar uma especialista que só serviria para um tipo de atividade para o resto da minha carreira”, diz ela.
Maria Cristina nadou contra a maré das expectativas profissionais da maioria das pessoas. Afi- nal, convencionou-se acreditar que o padrão para ser bem-sucedido está justamente em ter uma boa posição em uma grande empresa, com ótimos benefícios e, claro, um excelente salário.
Os sociólogos estudam algo que chamam de frustração social: uma decepção que não está ligada a uma situação objetiva, mas a uma percepção coletiva que se tem dela. Existem padrões sociais para tudo, inclusive para nossas carreiras. Muitas pessoas levam esses padrões a sério demais, e tendem a se sentir desiludidas – fracassadas até – se não os alcançam. “O padrão de cada um é determinado individualmente, cada pessoa tem um desejo, um objetivo diferente para sua vida”, afirma Emerson Ciociorowski, coach e autor do livro Executivo – O Super-homem Solitário.
A meta de Maria Cristina era compartilhar seus conhecimentos com outras pessoas, outras empresas. Hoje ela está muito mais satisfeita por ter batalhado pelo conceito que ela tinha de realização. “Agora viajo muito, algumas vezes tenho saudades de 30 dias de férias, mas sinto-me renovada, muito valorizada, útil e reconhecida”, afirma
Não é todo mundo que se sente assim. A principal frustração que assola os escritórios e empresas mundo afora está ligada ao reconhecimento. Ou, melhor dizendo, à ausência dele. Isso acontece, segundo Ciociorowski, por conta da falta de objetividade do que se espera de um funcionário. Como não sabe o que exatamente a empresa quer dele, ele acaba se esforçando demais e faz uma série de coisas que, de repente, não têm o menor valor. E isso gera uma decepção muito grande.
O primeiro passo para evitar essa sensação é saber o que a empresa almeja de você. Vale um papo franco com seu chefe para entender quais as suas reais atribuições. Se você quer ser promovido, mas isso não acontece, questione: que atributos são exigidos para o cargo? Será que tenho todas as habilidades e talentos necessários? “Temos que assumir a responsabilidade sobre nosso próprio desenvolvimento. Não adianta ficar desmotivado, culpando o outro por suas frustrações”, afirma o consultor.
A melhor maneira de evitar desilusões é planejar com realismo suas metas. O importante é procurar trabalhar em empresas que tenham os mesmos valores que os seus – ou até ser autônomo ou abrir seu próprio negócio se estiver difícil encontrar alguma empresa que se enquadre no que você acredita. Nossos valores são a base de todas as nossas escolhas. Ir contra eles é certeza de frustração."
Apenas dando continuidade à série. Não tenho muito o que falar aqui...
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